Dia Internacional do Cidadão Portador de Deficiência, no dia 3 de Dezembro
Um dia tão simbólico como este não pode passar em branco, é demasiado importante para ser apenas mais um dia…. A escola e os cidadãos, de uma forma global, têm demonstrado, felizmente, cada vez mais sensibilidade e uma preocupação séria e profícua em relação a todos aqueles que num determinado momento da vida ficam com algum tipo de incapacidade ou desde a sua nascença sentem essa dificuldade. Será de extrema importância, ainda assim, desenvolver-se um trabalho mais profundo de sensibilização para a necessidade de se olhar ainda de uma forma mais consciente e realista para as crianças/ adultos com algum tipo de deficiência. E um facto inegável, e contra factos não há argumentos, é que muitas dessas crianças/ adultos conseguiram voar muito longe, percorrendo caminhos que à partida eram considerados inatingíveis.
Porém, as palavras, ainda que motivadoras, válidas e sentidas, não bastam, é preciso a ação, passar-se da teoria à prática, é preciso a coragem para enfrentar com seriedade a dura realidade que muitos dos portadores de deficiência vivem diariamente… Se cada um de nós der um passo válido em prol dos portadores de deficiência, de acordo com as possibilidades e responsabilidades, por pouco que possa parecer será certamente mais um degrau subido na escada da verdadeira inclusão.
Que este dia propicie a reflexão e potencie a ação!
Por Maria José Oliveira
(Professora Educação Especial do Agrupamento Gil Paes)
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domingo, 2 de dezembro de 2012
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
birras e autismo
BIRRAS E CRISES NO AUTISMO
Li este artigo e achei tão interessante que resolvi partilhar
aqui. Explica muito bem as crises que são tão confundidas com birras e nos
ajudam(pais e professores) a diferencia-las para podermos lidar melhor com estas
crianças.
Testemunho da mãe:
…”O
André já passou - e ainda passa- por isso. Com o tempo aprendemos a diferenciar
crises de birras, e como lidar com elas. Sabemos por exemplo, que ele fica
muito frustrado quando diz (fala) algo e a outra pessoa não o entende. Mas é
muito difícil para quem não nos conhece ou conhece seu problema
diferenciar ou entender. Já me apercebi de muita gente olhando feio,
achando que ele é mimado e birrento, ou mal-educado. Já respondi
grosseiramente, que ele é mais educado que muitas crianças neurotípicas que dão
birra por realmente serem mimadas. O que essas pessoas não têm é senso de
perguntar se algo está errado, antes de julgar. Não tem como eu viver
explicando que são crises devido ao problema que ele tem, por isso, na maioria
das vezes eu prefiro ignorar. Só explico mesmo para aqueles que interessa, e
que se interessam pelo bem estar dele. O resto é o resto, infelizmente. Pois se
as pessoas realmente parassem para observar e perguntar, e conhecê-lo, veriam
que com autismo e tudo, ele ainda é muito mais meigo e educado que um monte de
crianças ditas normais. Vamos ao texto, que é muito interessante mesmo.”
AUTISMO E
CRISES: Muitas vezes andam de mãos dadas...Quase todos os pais
de crianças neurotipicas ou autistas são obrigados a lidar com uma birra em
algum momento, mas as birras das crianças autistas são geralmente muito mais
graves do que as birras" normais", por isso são chamadas de
Colapsos (Meldowns)...
Bem, para se gerir os
"meltdowns" (Colapsos) nestas crianças, é importante entender as
causas que estão por detrás delas. Embora cada criança seja diferente, as
mesmas questões básicas desencadeiam a maioria das crises em crianças com
autismo.
Fazer a ligação entre birras e Autismo
As crianças muitas vezes têm acessos de raiva quando estão
excessivamente cansados, irritados ou aborrecidos. Nestes, os acessos de
raiva são geralmente ligeiros e cessa quando a criança percebe que o pai ou a
mãe não estão a prestar atenção.
Já em crianças autistas, acessos de
raiva podem aumentar e tornar-se violentos. Crianças com autismo podem não
compreender ou lembrar porque eles estão aborrecidos, e os "colapsos"
não aliviam ou param quando ignorados. Estas crianças experimentam
uma maior perda de controle do que as outras crianças.
A interrupção da rotina
Mesmo pequenas mudanças na rotina
podem desencadear crises e colapsos em crianças autistas. Rotinas e horários
permitem que eles possam sentir-se seguros e no controle do seu
ambiente. Saber que, por exemplo, à hora do lanche sempre se segue uma
soneca, ou que a terapia ocorre todas as tardes antes do jantar, reduz a
ansiedade e proporciona conforto.
Superestimulação e sobrecarga sensorial
Muitas crianças com autismo ficam mais
estimuladas por barulho ou atividade no meio ambiente . As
crianças autistas são mais propensas do que outras crianças a sofrer de
distúrbios de integração sensorial que aumentam a sua sensibilidade à luz,
barulho,cheiro ou certas texturas. Estímulos ambientais, tais como publicidades
luminosas, luzes que piscam na televisão, salas superaquecidas, tapete áspero,
ou cães a ladrar, tudo pode causar um colapso.
Dificuldades Frustração e Comunicação
As crianças autistas têm dificuldade
para compreender as direções, e em expressar os seus pensamentos e sentimentos,
e a formação de conexões entre as palavras e seus significados.
Devido à sua incapacidade de se
comunicar, essas crianças são facilmente frustrados e mais propensas a colapsos
e fúrias.
Questionar o seu filho para determinar a
fonte de sua frustração é geralmente uma má ideia, enquanto ele está
passando por um colapso. Você provavelmente aumentará sua frustração
e fazer com que o colapso se intensifique ainda mais...
Gestão dos colapsos, em crianças
autistas
Como as crianças autistas têm acessos de
raiva por razões diferentes das outras crianças, e porque eles são incapazes de
se expressar claramente, a gestão dos seus colapsos pode ser difícil. As
crianças autistas raramente usarão as birras para manipular os adultos ou provocar uma
resposta emocional das pessoas, o que torna a punição uma estratégia
ineficaz.
A prevenção dos colapsos é muito
importante, pois tentar pará-los, uma vez que começam, é quase
impossível.
Colapsos autistas podem piorar
rapidamente de violentos a raivosos e perigosos.
Atenha-se a um rigoroso calendário
Uma das maneiras mais fáceis para
garantir a ausência de colapsos é criar uma rotina. Antes de começar, você
deve passar alguns dias a observar o seu
filho e as suas preferências. Se o
seu filho acorda sempre à mesma hora todas as manhãs, ou torna-se cansado, à
mesma hora todas as noites, deve registar essas informações e usá-las como base
para o resto da sua programação. Depois de ter estabelecido uma rotina em
sua casa, seu filho autista provavelmente vai-se sentir mais confortável e
seguro, e os acessos de raiva deverão tornar-se cada vez menos frequentes.
Reduzir a Estimulação ambiental
Se o seu filho reage negativamente a
ruídos altos, luzes brilhantes, ou temperaturas quentes, considere fazer
algumas mudanças no ambiente para reduzir esses “gatilhos”. Criar um
espaço calmo em casa para o seu filho ir quando ele se sentir mais
estimulado ou frustrado, e fazer um esforço para reduzir o nível de atividade
geral dentro de casa durante as horas que o seu filho está em casa e acordado,
é uma medida acertada. O silêncio, a música calma, ou o som de aquarios de
peixes suaviza algumas crianças autistas. Pode levar algum tempo para
determinar o que funciona melhor para seu filho em específico, por isso não
desanime se suas primeiras tentativas falham.
Redirecionamento e Distração
Quando você sentir que
um colapso está iminente, pode ser
possível redirecionar a atenção da criança para evitar uma crise e colapso
nervoso. Distraia o seu filho, desviando sua atenção para uma atividade
calma, ou introduza um objeto de conforto para acalmá-lo. Se o seu filho
quer ser deixado sozinho, faça o que ele quer e saia da sala. No entanto, fique
dentro do alcance de audição, no caso de ele precisar de si ou perder o
controle e se colocar em perigo. Muitas vezes, uma mudança de ambiente é
suficiente para prevenir que uma crise ocorra.
Mantendo o seu filho autista em segurança
A segurança deve ser sua principal
preocupação na gestão de colapso no autismo. As crianças autistas podem
perder o controle emocional e físico rapidamente, o que pode levar a mobília
partida em pedaços. Se acredita que o colapso vai ter essas dimensões, é
importante levar o seu filho para um local mais seguro e remover
quaisquer perigos no ambiente imediato. Se o seu filho autista se torna
uma ameaça para si mesmo ou aos outros, é importante procurar ajuda externa.
Deverá desenvolver um plano de
emergência de segurança com o médico do seu filho ou terapeuta, e colocar esse
plano em ação antes que a criança se magoe. Consultar o médico
do seu filho se as crises parecem estar a piorar em frequência ou intensidade,
pois podem causar enxaquecas, distúrbios convulsivos….Com algum tempo e
esforço, é possível compreender e controlar os colapsos do seu filho.
FONTE:
Publicado por Paula Sofia
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Vozes e sensações
Vozes e
Sensações
Aqui
da janela dos meus olhos,
Há
vida à vista:
Em
cada gota de água sombreada de aurora e ternura,
Desfilam
lágrimas com chuva à mistura,
Corrente
que alinha o musgo e o liquen mais atrás,
Solta
leves reflexos de brilhos prateados em lilás.
Água
de lustro, que na areia cristalina transparece,
Toda
a paisagem que uma cascata enobrece.
Ora
inibe, ora impele, acalma e aplana,
Numa
breve pose moderadamente humana…!
Aqui
do átrio dos meus ouvidos,
Há
vida à escuta:
Enevoada,
germinante e decadente,
É
cada folha que luta por luz solar,
Recua
e avança, suave e reluzente,
Buscando
espaços para habitar.
Da
cor do horizonte no Sol poente,
É
o bailado agreste de qualquer árvore,
Compondo
música, com o talento que sente,
Chamando
a noite, enquanto o dia desfalece…!
São
vozes e sensações:
Que
tentam entrar,
Logo
irão sair…
Porque
não as posso guardar,
Tenho
de as deixar ir…
Não
se importam nem se estorvam,
Mas
não são uma tela, paleta ou canção.
Apenas
flúem e flutuam,
Nesta
fronteira entre a mente e o coração…!
(
Depois fecha-se a janela e o átrio, que ensonados contam seus sonhos um ao outro.
E perguntam: - Será
que a Natureza é eterna? Ou…n…zzz )
OBSERVAÇÃO:
dedicado a todos os invisuais e surdos que
expressam sensações, mesmo sem as ver ou ouvir.
E também a todos os visuais e ouvintes, que às
vezes, parecem viver sem sentir…
Poema da autoria de José Teixeira
(Professor de Educação Especial- Agrupamento Gil Paes)
(Professor de Educação Especial- Agrupamento Gil Paes)
domingo, 28 de outubro de 2012
Continua a valer a pena!
Há dificuldades, condicionalismos,
obstáculos que não podemos negar… Há dúvidas, há incertezas, há frustrações,
claro que há, não se pode negar! Há a diferença? Depende dos olhos que a
perspetivarem... São tantas as situações em que a mesma é tão enfatizada que
seria ingénuo afirmar a sua inexistência…Porém, e se há algo que esta
fascinante, tocante e motivadora reportagem da SIC, O Elogio da Diferença, nos
oferece, nos ensina, é que a arte da superação, da conquista, a arte de viver
pode estar ao alcance de muitos dos que a nossa, por vezes, tão fria e cruel
sociedade à partida condenaria ao insucesso. Haja a crença, a vontade, a
determinação, a persistência na luta diária de cada um, haja a alma capaz de
nos transportar para além dos supostos limites… Afinal, todos deveríamos ter as
mesmas oportunidades… Afinal, ainda continua a valer a pena…
Por
Maria José Oliveira
(Aceda a este link para visualizar a reportagem da SIC)
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