CYBERBULLYING
Tempos modernos estes que vivemos: de mudança, de urgência, de indiferença…
PARE, ESCUTE E OLHE!
Em tempos modernos surgem problemas modernos para os quais é necessária uma atenção redobrada do adulto para com as suas crianças.
Lembrar que o problema existe e é bem real é sempre importante, sendo que a prevenção é, em qualquer situação, «o melhor remédio».
Eis os artigos cuja leitura vos propomos, desejando boas reflexões e melhor ação.
As docentes Margarida Rosário e Lucília Silva
Como prevenir o cyberbullying?
Nuno Moreira, do Centro Internet Segura, da Fundação para a Ciência, dá conselhos:
1. Nunca disponibilizar informação privada
Ensine os miúdos a nunca darem palavras-passe, nem identificarem locais que frequentam (esconder nomes e evitar publicar fotos da escola, por exemplo). Imagens em roupa interior são desaconselhadas.
2. Não adicionar desconhecidos
Este pode ser um foco de cyberbullying.
3. Saiba o que o seu filho faz online
Pergunte quais os sites preferidos dele e dos amigos e com quem fala.
4. Ignorar os ataques
É a melhor estratégia. Responder pode provocar mais agressões.
5. Denuncie
Se descobrir um ataque, guarde tudo como prova, mude as contas e denuncie aos serviços online: no Facebook é fácil. Contacte o Centro Internet Segura. Há linhas de apoio.
Saiba como perceber se o seu filho está em risco ou se envolve em agressões
Vítimas
Escola: Costumam dizer que não querem ir às aulas, mas não explicam porquê. É raro queixarem-se logo do que acontece.
Sono: Dormem mal, têm pesadelos ou voltam a fazer chichi na cama depois de já não ser habitual.
Doenças: Podem ser de vários tipos e surgir com muita frequência. Fazem parte da reacção do corpo ao sofrimento psicológico.
Humor: Tornam-se instáveis. Ficam tristes de repente é não é raro chorarem sem justificação aparente.
Agressores
Tensão: É frequente terem comportamentos agressivos em relação à família ou aos animais de estimação.
Objectos: Nalguns casos, trazem para casa dinheiro a mais ou objectos que não lhes pertencem (telemóveis, brinquedos, carteiras, roupas).
Maus hábitos: Alguns começam a fumar, a consumir drogas ou a envolver-se em actividades perigosas.
In revista Sábado nº 543, de 25 de setembro de 2014
Sendo um fenómeno com tão grande impacto para as crianças e para os jovens, é fundamental que os pais e a escola tenham um papel ativo na prevenção e na intervenção nos casos de Cyberbullying. Deste modo, algumas recomendações são feitas para lidar com este fenómeno:
• Não apagar as pistas - a reação mais habitual quando são publicados conteúdos chocantes na Internet é de proceder à sua eliminação. As "provas" devem ser mantidas para que possam ser usadas para defender os direitos das crianças e dos jovens;
• Procurar a origem dos emails e das mensagens de texto - cada informação enviada pelos meios de comunicação deixa um "rasto eletrónico" que pode ser seguido até ao dispositivo do perpetuador. Apesar de envolver alguma perícia, aprender a detectar o "rasto" está acessível num conjunto de tutoriais na Internet.
• Não responder a provocações - é aconselhável instruir as crianças e os jovens para, em casos de cyberbullying, em vez de responderem impulsivamente às provocações declaradas, antes informem os agentes educativos do sucedido para poderem decidir e agir em conjunto.
• Pais e escola a trabalharem em conjunto - uma vez que é um fenómeno que invade o espaço familiar e escolar, é fundamental que pais e escola unam esforços no combate ao Cyberbullying, agindo ativamente para o parar e o prevenir.
As novas tecnologias, são no seu geral, de extrema utilidade no dia a dia. Porém, como todas as ferramentas ao nosso alcance, podem transformar-se em perigosas armas de combate, se forem utilizadas com más intenções. Sabermos lidar e defender do lado menos positivo das novas tecnologias é um imperativo nos tempos que correm, para que todos se sintam em maior segurança.
João Faria, Psicólogo Clínico do PIN